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Les vampires

Ano: 1915, 1916

Realizador: Louis Feuillade

Actores principais: Musidora, Édouard Mathé, Marcel Lévesque

Duração: 399 min (10 episódios)

Crítica: Dedico esta crítica a todos os meus amigos que são viciados em séries modernas, e que ficam espantados quando lhes digo que praticamente não acompanho nenhuma, e que prefiro ver filmes em vez disso. Dedico-lhes esta crítica para que saibam que as séries não começaram com ‘Friends’, e que no gigantesco baú da história do cinema há uma ou outra a que deviam dar uma olhadela. Pois bem, uma dessas séries é ‘Les Vampires’, feita há quase 100 anos, entre 1915 e 1916. Tem 10 episódios, de durações entre 15 minutos a 1 hora, perfazendo um total de cerca de 400 minutos (menos que a duração de uma temporada de uma série actual), e foi produzida em França sob comando do realizador Louis Feuillade. 

Como o leitor provavelmente saberá, até meados da década de 1910, a maior parte dos filmes era composto apenas por uma ou duas bobinas (cerca de 10 e 20 min respectivamente). Raros eram os filmes com mais de 6 bobinas (mais do que uma hora). Por isso mesmo, e pela constante necessidade de criar produtos novos para as salas de cinema, nada mais natural do que o surgimento do formato série. As primeiras séries e as primeiras novelas surgiram precisamente assim. Por um lado os recursos da produção eram maximizados. Actores e equipas técnicas podiam manter-se mais tempo a trabalhar no mesmo produto, e sem precisarem de se reinventar a cada 10 minutos de fita. Por outro lado, o público podia pela primeira vez ficar a conhecer melhor as personagens, aprender a ligar-se a elas, e ter tempo para entrar a fundo na história.

Feuillade, trabalhando para os reputados estúdios Gaumont, em França, aos quais pertenceu desde 1908, foi precisamente um dos pioneiros desse género de curtas em formato série. Hoje a maior parte dos cinéfilos recorda ‘Fantomas’ (1913-1914) e ‘Les Vampires’. Quer uma quer outra abordam, de uma forma para a altura inovadora, o mundo criminal e o policial, com pitadas de mistério, aventura, crime e sedução que hoje, um século depois, não deixam de surpreender. E surpreendido fiquei nas últimas semanas quando me dediquei a ver os 10 episódios de ‘Les Vampires’. E o primeiro impacto é logo significativo, mesmo para o espectador do século XXI.

O primeiro episódio de ‘Les Vampires’ agarra o público desde o seu primeiro instante, com a sua construção magnífica, o seu ritmo intenso e a sua dinâmica. Logo à cabeça, Feuillade aplica conceitos e tácticas cinematográficas que provavelmente inventou (ou herdou dos seus contemporâneos) que hoje em dia ainda são usadas nos filmes/séries policiais ou de investigação jornalística. Feuillade usa técnicas de montagem e acção paralela para que o público saiba coisas que as personagens não sabem (e por isso fique preso à trama), enche os episódios de personagens fortes e misteriosas, apresenta perseguições, fugas, mensagens enigmáticas, tentativas de homicídio, mortes aparentes de personagens que mais tarde regressam, escapes cómicos, vilões diabólicos, enfim, tudo e mais alguma coisa para tornar isto o Big Bang do género. E tudo com um parquíssimo uso de intertítulos. As imagens, na maior parte dos casos, falam por si, o que no cinema mudo é óptimo. Obviamente, todos estes elementos estão ainda num estado muito bruto, e por vezes a sua simplicidade fá-los empalidecer relativamente às intrincadas tramas e técnicas actuais, mas a verdade é que um espectador não preconceituoso relativamente à data em que o produto que está a ver foi feito ou relativamente ao estado de evolução do cinema de então, rapidamente ficará com vontade, como eu fiquei, de continuar a ver a série. Quando assistimos a uma fuga brilhantemente executada (e brilhantemente filmada) do vilão pelo telhado de uma casa no final do primeiro episódio, a adrenalina e a mestria do plano praticamente obrigam o espectador a pôr logo a dar o episódio 2.

Não fique contudo a pensar, caro leitor, que esta série retrata vampiros de dentes pontiagudos, a sugar pescoços de vítimas indefesas. ‘Vampiros’ refere-se ao nome de uma organização criminosa que se dedica aos vários sectores de malvadez a que todas as organizações criminosas se dedicaram por esse cinema do século XX fora: roubo, chantagem, extorsão, rapto, tráfego de influência, entre muitas outras coisas. São contudo uns vilões muito orgulhosos, convencidos e espampanantes, publicitando abertamente os seus actos. Deixam sempre o seu cartão-de-visita nas cenas do crime e são uma constante nas notícias. Quando a história começa, rapidamente nos apercebemos que os Vampiros estão a instigar um clima de terror na França e que os média estão em frenesim. É neste ponto que conhecemos Philippe Guérande, o herói desta série (ou melhor, o pseudo-herói como explicarem mais à frente), interpretado por Édouard Mathé. Philippe é um jornalista charmoso e popular de um reputado jornal parisiense, que faz tudo com à vontade e dedicação, quase nunca suando nem perdendo a compostura. Não é, nem de perto nem de longe, um herói muito convincente para os padrões de hoje, já que quem suja as mãos são quase sempre outros, e ele fica com os créditos pois é o chefe. É acima de tudo um ídolo de matiné, e à medida que os episódios vão passando vai perdendo grandemente o interesse como personagem.

No primeiro episódio, Philippe vai a uma pequena cidade fazer uma reportagem sobre o assassínio de um polícia, vítima do gang dos Vampiros. Fica hospedado na casa de um suposto antigo amigo da família, o Dr. Nox. Quanto mais interesse Philippe mostra no caso, e quanto mais o discute em casa, mais estranhos eventos ocorrem. Uma senhora rica está hospedada na mesma casa, e quando as suas jóias são roubadas, ele é incriminado. Mas isto é feito de tal maneira que o Dr. Nox se auto-denuncia. Na realidade ele é o Grande Vampiro (interpretado por Jean Aymé), que havia raptado Nox e assumido a sua identidade. E é ele que no final deste episódio protagoniza a espectacular fuga pelo telhado, abrindo caminho para um constante jogo do rato e do rato nos episódios subsequentes entre Philippe, os seus associados e a polícia de um lado, e os Vampiros do outro.

Do lado dos vilões, a personagem mais impactante, símbolo desta série, é a de Irma Vep (interpretada pela misteriosa Musidora). Vep é, literalmente, uma vamp, uma exótica e voluptuosa mulher que poderá não ser propriamente bela nos padrões de hoje, mas que possui um incrível magnetismo animal e uma poderosíssima relação de intimidade com a câmara. Vep é a eterna número dois que o público adora, pois é ela que põe as mãos na massa e confronta os heróis constantemente. Na maior parte dos filmes de James Bond, Blofeld está num gabinete a afagar o gato, e portanto há outros vilões no terreno que o espectador recorda muito mais, pois vão taco a taco com Bond. O mesmo se passa aqui. Vep é muito mais forte como personagem que o Grande Vampiro. Aliás, ao longo da série há quatro Grandes Vampiros. O Dr. Nox é morto no ep. 6 por Vep, hipnotizada por Moreno, que se torna o Grande Vampiro até ser morto pela policia no ep. 8. Satanás fica com o cargo, mas acaba por se suicidar mais tarde na sua cela quando é apanhado. Por fim temos Venomous, o pior deles todos. Estas mudanças são bem-vindas, pois oferecem novas personagens e novos motivos de interesse, mas seriam muito menos conseguidas não houvesse um fio comum. E esse fio comum é Vep, que já agora daria uma brilhante Bond-girl (daquelas que depois provam ser agentes duplas). Ela mantém-se sempre constante, uma ameaça sedutora sempre presente, a executora dos planos do superior, que não tem escrúpulos em ser a amante dos diferentes homens na liderança e de mudar a casaca se tal lhe for conveniente, e que no final acaba por se tornar inevitavelmente ela própria a líder, mesmo antes do previsível desfecho climático da saga. Para além do mais, Musidora, acrobata antes de ser actriz, faz as suas próprias acrobacias, o que a torna ainda mais interessante. Aliás, tendo esta série sido filmada em 1915/1916, obviamente não há efeitos nem truques de fotografia. Cada perseguição num telhado, em cima de um comboio (como ocorre genialmente no ep. 9), cada salto de janela (e há alguns!) foram realmente executados, e a intensidade disso sente-se, mesmo com os fotogramas acelerados.

Do lado dos heróis, Philippe, na minha opinião, é totalmente eclipsado pela inventiva e resiliente personagem de Oscar Mazamette (interpretado por Marcel Lévesque). Mazamette entra em cena como um ladrãozeco que cedo é desmascarado por Philippe e que, como retribuição, começa a fazer pequenos favores, trabalho sujo, para o jornalista. É Mazamette que segue alguém a mando de Philippe. É Mazamette que arromba um armazém. Com o passar dos episódios, Mazamette deixa de ser apenas o escape cómico e o faz-tudo. É ele, inevitavelmente, o grande investigador que resolve este caso. Enquanto Philippe está em sua casa a escrever as suas reportagens, a tentar decifrar o livro de código de um Vampiro capturado (ep. 3) – o trabalho ‘intelectual’ da investigação – ou então na esquadra da polícia a conferenciar com os superiores e a dar o ar da sua graça, é Mazamette que está no terreno a seguir as pistas e a fazer descobertas. É Mazamette que consegue capturar Moreno e Irma Vep no ep. 7, o que leva à morte do primeiro. É Mazamette que salva Philippe da morte certa no ep. 8. É Mazamette que defende a casa de Philippe num dos derradeiros ataques dos Vampiros no último episódio. É Mazamette que depois disto dispara o tiro contra o carro dos vilões que permite a Philippe seguir o rasto de óleo e descobrir a localização do seu covil.

Na maior parte das vezes, quando está no terreno e descobre qualquer coisa, Mazamette, no momento crítico, afasta-se e chama o seu chefe para ele assumir o protagonismo. Embora Philippe acabe por o fazer com destreza, pessoalmente acho incrível como é que a série retrata uma e outra vez Philippe como o herói e pouco liga a Mazamette. E incrível como também os Vampiros optam pela mesma estratégia. É Philippe que tentam sempre matar, raptando-o (ep. 2 e ep 5), procurando envenená-lo (ep. 3), ou colocando uma bomba na sua casa (ep. 8). Enquanto isso, Mazamette tem a rédea ainda mais livre para agir. Philippe não é um completo inútil, obviamente, é inventivo e corajoso, escapa pelo menos duas vezes dos Vampiros por mérito próprio e no final é a sua inteligência que permite os heróis ganhar o dia, mas estas suas contribuições sabem sempre a pouco. Desde que Mazamette aparece, não só é a sua personagem muito mais interessante, como faz coisas muito mais memoráveis, desde cómicas a inventivas (a maneira como arromba portas, por exemplo). Contudo, esta personagem tem uma grande falha. Continuo sem perceber como é que é aceitável Mazamette, no ep. 6, ficar com uma mala cheia de dinheiro que havia sido roubada pelos Vampiros, e usá-la para viver uma vida de luxo daí até ao final da série?!

‘Les Vampires’ vai então seguindo a lógica de que em cada episódio os heróis vão descobrindo mais um pouco sobre o gang, e vão desmascarando os Vampiros um a um, sendo que apanham quase sempre a arraia-miúda, mas deixam sempre fugir por uma nesga os chefes e Irma Vep, que no episódio seguinte surgem, em novos locais e com novas personalidades, com mais planos maquiavélicos. Vep, por exemplo, chega a infiltrar-se como criada na casa de Philippe (ep. 3) ou como secretária num banco que tentam roubar (ep. 4). E quem pode esquecer o momento divino no ep. 2 em que Vep surge no palco numa peça de teatro, quando está infiltrada na companhia. A sua aparição num fato vampiresco é a imagem mais icónica desta serie e é ainda uma das imagens mais marcantes de toda a história do cinema. 

Nesta linha, a série vai tendo pormenores interessantíssimos e inventivos, em termos de cenografia e cinematografia, mas também em termos de formas de roubo e rapto, em maneiras de escapar (portas secretas, fundos falsos e afins) e acessórios como sprays paralisantes, canetas com veneno em vez de tinta (como a que salva a mãe de Philippe quando ela é raptada no ep. 3), e até uma espécie de canhão, que Satanás utiliza para destruir completamente um navio no ep. 8. É neste navio que Irma Vep (que, capturada, estava a caminho de uma colónia penal) supostamente morre. Mas uma personagem como esta não pode desaparecer assim, por isso o público fica atento. Cheio de voltas e reviravoltas, a utilização destes elementos, eventualmente banais à luz das técnicas de hoje, é absolutamente pioneira, com brilhantes rasgos de originalidade. E a frieza dos Vampiros gela a espinha. Veja-se como matam o director do banco que querem roubar, atirando-o do comboio no ep. 4, como assassinam o notário no ep. 6, e como não têm escrúpulos em matar os seus próprios chefes, quando estes são capturados. A estrutura de poder dentro da organização dos Vampiros é também um ponto fascinante da trama.

Até ao ep. 6 os Grandes Vampiros e Irma Vep vão inventado novas formas de roubo e extorsão que são quase sempre magníficas, e a série prossegue no seu ritmo interessantíssimo. Nos últimos 3 ou 4 episódios a série vai perdendo um pouco da sua mística. Provavelmente, não foi pensada para 10 episódios. Estes foram sendo produzidos conforme o sucesso da saga e a exigência do público. Assim sendo, as tentativas de tornar a série ainda mais inventiva e ainda mais surpreendente já não são tão bem conseguidas como no início. Veja-se a forma ridícula como os Vampiros obtém a assinatura e a voz de um milionário extremamente ingénuo no ep. 7. De inventivo isto não tem nada. O milionário é mas é um grande pateta. Veja-se o hipnotismo de Vep por parte de Moreno, para ela matar o Dr. Nox, que não é nada convincente. A táctica do hipnotismo é repetida no ep. 10, numa criada na casa de Philippe, de novo com efeitos pouco impactantes. Numa série de elementos tão reais (e por isso fortes) esta introdução de elementos místicos pode ter siderado audiências em 1915, mas não audiências quase em 2015. Estas ficam muito mais cativadas pelo retrato de personagens fortes, pelos elementos criminais e pela destreza de realização. Do mesmo modo o flashback no ep. 6 para as eras napoleónicas é totalmente desprovido de contexto e existe provavelmente para dar ao público algo de diferente e para encher. Mas o público já estava a ver algo interessantíssimo por isso não precisava destas distracções. 

É neste ponto também que a série vai perdendo originalidade e inventividade noutras vertentes. Por mais de uma vez notei estranhas semelhanças entre cenários de interiores supostamente diferentes (ou seja, foram filmados no mesmo sítio com apenas ligeiras mudanças de mobiliário). Chega a um ponto em que Mazamette descobre os Vampiros simplesmente porque se cruza com eles na rua (ep. 8), o que contrasta com o engenhoso processo dedutivo dos primeiros episódios. No ep. 9, os Vampiros infiltram-se mais uma vez em casa de Philippe, como criados, mas envenenam apenas o champanhe, que só será bebido no final da refeição. Até lá servem a refeição normalmente (?!), enquanto aguardam esse momento. Se são uns assassinos tão eficientes, então deveriam ter envenenado a sopa, ou os aperitivos! Inevitavelmente, o mordomo bebe um copito de champanhe na cozinha à revelia, e isso desmascara a trama. Outra coisa que a série faz é introduzir personagens incongruentes para criar artificialmente novas linhas argumentais. No ep. 9, de repente Philippe vai casar. Nunca até lá tínhamos visto esta noiva. A sua mãe sim, mais do que uma vez. Esta noiva nunca. E mais uma vez, inevitavelmente, é esta noiva que irá ser raptada, o que causará muito drama e o desenlace final dos episódios 9 e 10. Da mesma forma, nestes episódios Mazamette fica perdido de amores por uma criada, que também terá alguma importância na trama, e no fim até fica, aparentemente, com ela. Mas uns episódios antes o seu filho pequeno tinha-o ajudado a infiltrar-se numa casa! Será que é viúvo?

Quando nos aproximamos mais do ep. 10, os Vampiros deixam de ter planos maquiavélicos e concentram-se única e exclusivamente na vingança a Philippe, o que não é muito bem jogado. E talvez por esse ódio cego (ou não!) deixam de ser inventivos e passam a ser descuidados. Até no final estão satisfeitos a celebrar o casamento de Vep com Venomous na sua mansão, e nem se apercebem que a polícia está a cercá-la… E com este descuido psicológico e estrutural da história, a vertente cinematográfica vai pelo mesmo caminho. Os episódios perdem o ritmo, e os eventos ficam cada vez mais esticados. Cada episódio tem menos sequências e menos história, arrastando cada novo acontecimento para o fazer durar mais uns minutos. Contudo, esta tendência geral não toma, felizmente, completamente conta da série. Rasgos da genialidade inicial vão ainda aparecendo. No ep. 9, por exemplo, há a melhor perseguição de toda a saga. No último episódio, o ataque final à mansão dos Vampiros é antecedido de uma construção dramática e cinematográfica invejável. 

Tudo está bem quando acaba bem, e para um produto feito em 1915/1916, ‘Les Vampires’ acaba extremamente bem, com mais um escape cómico e uma sensação satisfatória do mal vencido, sensação essa que o cinema subsequente iria dar a conhecer ao público do século XX. Verdade que a saga podia ter sido mais intensa, principalmente na segunda metade. Verdade que após 10 episódios de perseguição ao gang dos Vampiros, o final climático é algo frouxo. Ou talvez o espectador do século XXI pense assim, porque é só ligar a televisão para ver séries de investigação jornalística a transbordar de tensão e intensidade. Mas atendendo às circunstâncias, acho que pouco mais se podia pedir, da Gaumont e de Feuillade. O que fizeram aqui, há quase 100 anos, é um grande feito, e um completo quebra-convenções. Pensemos na intensidade de ‘The Great Train Robbery’ (1903), que marcou o ritmo da maior parte das produções na década seguinte. Mas esta curta tem apenas 10 minutos. ‘Les Vampires’ tem 40 vezes essa duração e consegue ter, na maior parte do tempo, essa mesma intensidade, essa mesma forma de prender o público, aliada a uma inovadora criatividade, oferecendo um mundo fantasioso de mistério e intriga, heróis e vilões, que ainda hoje continua a cativar audiências.

Por todos estes motivos, acho que a série ‘Les Vampires’ merece ser vista. Nunca será tão impactante como o foi na altura da sua estreia, mas quase nada é datado e tem uma força motriz magnífica. As personagens, a inventividade do argumento, as sequências de tirar o fôlego, os recursos visuais, tudo é incrível. Por isso perdoamos se a inspiração tropeçou a meio ou alguns tiques menos conseguidos do cinema mudo. Este é um pedaço da história do cinema que nenhum cinéfilo, ou nenhum viciado em séries poderá perder. Aqui foi onde tudo começou. Sem este, filmes desde ‘Spione’ (1928) de Fritz Lang até 'The Godfather' (1971) poderiam não existir. E nenhum de nós quereria isso.

4 comentários:

  1. Infelizmente, cinema mudo em Portugal é quase uma miragem e o que se encontra temos de levar com uma capa em espanhol e preços proibitivos.

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  2. Verdade. A RTP 2 ainda tem algumas coisas de vez em quando. A colecção 'Origens do Cinema' Blu-ray e DVD não é nada má, mas é como diz, fica mais barato ir ali comprar a Espanha do que na FNAC mais próxima. Por isso é que Deus, na sua infinita sabedoria, nos deu a internet. E para além disso, como o copyright da maior parte destas produções já expirou, não se está a cometer nenhuma ilegalidade. 'Les Vampires', por exemplo, está todo no youtube. É incrível como obras de Shakespeare (domínio público) ou de Dickens se podem comprar por tuta e meia e muitos destes filmes custem uma brutalidade. E alguns até sem restauro! Se está no Porto de vez em quando também passam uns na Casa das Artes. E claro, há sempre o amazon. Nós, os amantes deste tipo de filmes, temos que nos amanhar assim para saciar o vício, já que a nossa "oferta cultura" não nos oferece essa possibilidade.

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  3. A pouco tempo decidi ver em ordem cronológica filmes clássicos segundo a ordem estabelecida no livro 1001 filmes pra ver antes de morrer, e iniciei um blog para registrar minhas impressões
    Projetomaisdemileum.wordpress.com
    O ultimo filme que assisti e já se fazem alguns dias foi Os Vampiros e antes de formar opinião estava a ler informações e críticas de outras pessoas a respeito do filme, das que encontrei nas primeiras páginas do google a sua foi uma das mais completas, achei a queda de ritmo no fim até que relevavel pela epóca mas ela é bem evidente, a cena do teatro já entrou no meu pódio das mais bonitas que já vi, e Phillipe é um bobão, ainda que seja necessário a trama hehe
    Pretendo escrever sobre este filme em breve e sua crítica com certeza me inspirou, Obrigado, passarei nesse blog mais vezes

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    1. "Phillipe é um bobão". Gostei. Daquelas expressões tipicamente brasileiras, mas que se ajustam como uma luva à personagem.
      Boa sorte com o seu projecto! Vai ser uma viagem e pêras! A mim ofereceram-me pelo aniversário esse livro há uns dez anos (versão de 2005 ou 2006). Na altura tinha visto uns 500 filmes, agora devo andar por volta dos 700. Como vê, em 10 anos já tinha tido mais que tempo para os ver todos, se assim o quisesse. Mas prefiro percorrer o caminho mais longo e ir formando as minhas próprias opiniões. Esse livro é só a opinião de uma pessoa e quanto mais se vê (quer do que lá está, quer do que não está) arranjamos logo motivos de discórdia. Por isso prefiro continuar no meu próprio labirinto e de quando em quando os meus caminhos lá se cruzam com os do livro e faço mais um "visto". Afinal, espero "morrer" só daqui a muitas décadas!

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Miguel. Portuense. Nasceu quando era novo e isso só lhe fez bem aos ossos. Agora, com 31 anos, ainda está para as curvas. O primeiro filme que viu no cinema foi A Pequena Sereia, quando tinha 5 anos, o que explica muita coisa. Desde aí, olhou sempre para trás e a história do cinema tornou-se a sua história. Pode ser que um dia consiga fazer disto vida, mas até lá, está aqui para se divertir, e partilhar com o insuspeito leitor aquilo que sente e é, quando vê Cinema.

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