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The Expendables

Ano: 2010

Realizador: Sylvester Stallone

Actores principais: Sylvester Stallone, Jason Statham, Jet Li

Duração: 103 min

Crítica: No Verão de 2010 tinha 25 anos de idade, era solteiro, não tinha namorada e morava sozinho. Para um cinéfilo dedicado o que é que isso significa? Significa que fui muitas, muitas vezes ao cinema sozinho, e vi muita coisa que se calhar não devia ter visto, se tivesse juízo. Uma dessas coisas foi a extravagância de acção realizada por Sylvester Stallone, e que originaria uma trilogia: ‘The Expendables’ (em português ‘Os Mercenários’).

Nessa semana de final de Agosto, regressado de férias, não tinha muito para fazer e portanto deambulei, muito naturalmente, até uma sala de cinema. O final de Agosto é uma época algo morta na sétima arte; os grandes blockbusters de Verão já praticamente saíram de exibição e os “animais de festivais” só começam a chegar a partir de Setembro. Portanto não havia muita coisa para ver, a não ser precisamente ‘The Expendables’, que estava a ser promovido como o filme de acção para acabar com todos os filmes de acção. E se assim era, porque não?

Pessoalmente, nunca disse que não a um bom filme de acção. Aliás, um bom filme de acção é sempre um bom filme, se oferecer adrenalina e entretenimento ao longo de duas horas bem passadas. Ainda por cima, Stallone tinha sido extremamente inteligente no seu processo de casting. Quase todos os actores que haviam deixado a sua marca no cinema de acção nos anos 1980 e 1990 estavam aqui, excepto Steven Seagal e Jean-Claude Van Damme (ambos recusaram entrar neste primeiro filme) e Chuck Norris (que provavelmente ninguém se lembrou de contratar). Apesar de todos estes e outros tantos terem entrado nas sequelas (como Harrison Ford, Mel Gibson ou Wesley Snipes) havia neste primeiro filme material suficiente com Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgren, e a classe de Eric Roberts e Mickey Rourke para criar o melhor filme de acção alguma vez visto; um épico para transladar para o estilo cinematográfica do século XXI a aura all-star cast dos filmes-missão dos anos 1960 como ‘Guns from Navarone’ ou ‘Dirty Dozen’. Mas uma coisa é haver material. Outra coisa é moldá-lo para criar uma grande obra. E ‘The Expendables’, definitivamente, não está nada bem moldado. O que é que falha? Quer quando vi o filme no cinema, quer quando o revi agora, sete anos mais tarde num canal de cabo, a resposta parece-me óbvia. Realizar e escrever nunca foi o grande talento de Sylvester Stallone.

"Havia neste primeiro filme material suficiente (...) para criar o melhor filme de acção alguma vez visto. (...) Mas uma coisa é haver material. Outra coisa é moldá-lo para criar uma grande obra. E ‘The Expendables’, definitivamente, não está nada bem moldado. O que é que falha? (...) A resposta parece-me óbvia. Realizar e escrever nunca foi o grande talento de Sylvester Stallone."

Sim, foi através da escrita que Stallone conseguiu o passaporte para a fama, quando vendeu o seu argumento de ‘Rocky’ (1976) com a contrapartida de ficar com o papel principal. Mas o tom moralista e off-beat, algo lamechas, de ‘Rocky’, que assentava como uma luva na América deprimida da década de 1970, está hoje consensualmente datado. E quando Stallone assumiu a realização das sequelas desta saga todos sabemos que esse tom rapidamente resvalou para o kitsch dos anos 1980, hoje mais datado ainda. Portanto há algo que a maior parte dos críticos não se apercebeu quando ‘The Expendables’ foi lançado. Apesar de Stallone se ter tornado um ícone do cinema de acção nas décadas de 1980 e 1990, apesar de ter contribuído para argumentos de filmes como ‘Cobra’ (1986) ou ‘Cliffhanger’ (1993), e apesar de ter voltado à realização vinte anos depois de ‘Rocky IV’ (1985) com ‘Rocky Balboa’ (2006), Stallone, na realidade, nunca tinha realizado um filme verdadeiramente de acção até assumir as rédeas do reboot de ‘Rambo’ em 2008. Assim ‘The Expendables’ surgia como o seu primeiro grande teste na realização de um filme de acção original. Estava realmente pronto para o fazer? A resposta parece-me não.

Por algum motivo, a década de 2000 não produziu grandes heróis de acção, com excepção de Jason Statham e um anti-herói inesperado: Liam Neeson. Provavelmente porque os épicos fantasiosos carregados de efeitos especiais começaram a dominar o mercado que antes pertencia aos espectáculos explosivos de um Michael Bay ou um Jan deBont. Talvez por isso, e pela notória falta de originalidade da Hollywood moderna, houve uma grande vaga revivalista das velhas lendas dos anos 1980, e o público aceitou que estes heróis, já sem a estamina de outros tempos, regressassem para últimos “Hurrahs!” uma e outra vez. Schwarzenegger foi de novo o Exterminador em ‘Terminator 3: Rise of the Machines’ (2003) e Bruce Willis voltou a ser John MacLaine em ‘Live Free or Die Hard’ (2007). Mas ninguém aproveitou esta maré tão bem como Stallone ao revitalizar Rocky em 2006 e Rambo em 2008. 

Por isso é que, à primeira vista, a ideia de base de ‘The Expendables’ é tão boa. Este unir de todas as velhas lendas não é só um capricho de actores que já passaram o pico da fama; é realmente uma forte declaração sobre o estado da indústria cinematográfica de Hollywood, e uma reflexão consciente da importância destes actores – se não forem eles a fazer estes filmes, nenhum jovem actor ou realizador o fará. O facto destas revitalizações com actores para lá dos cinquenta anos serem sucessos de bilheteira só mais prova este ponto. Até aqui tudo bem. Mas depois ‘The Expendables’ começa e aos poucos começamos a sentir uma gigantesca decepção. Stallone enganou-nos. ‘The Expendables’ não é o que promete. Apesar do seu contexto, do seu conceito e do seu elenco, não é o filme de acção para acabar com todos os filmes de acção, e não é uma forte declaração de coisa nenhuma.

"‘The Expendables’ é tão mau como qualquer outro filme de acção que anda por aí, ou qualquer outro filme de acção feito individualmente por cada um dos actores que entra neste filme. (...) O argumento é (...) mau demais para ser verdade. O filme é uma mistelada mal amanhada, mal escrita, com personagens sem personalidade, apenas para justificar umas parcas cenas de acção, e uma explosiva sequência de acção final no último quarto de hora."

‘The Expendables’ é tão mau (ou tão bom, como preferirem) como qualquer outro filme de acção que anda por aí, ou qualquer outro filme de acção feito individualmente por cada um dos actores que entra neste filme. Realmente, a grande surpresa de ‘The Expendables’ é que o todo não é maior que a soma das partes, ou seja, seria de esperar que toda esta gente em conjunto conseguisse elevar um bocadinho o valor da produção, e elevar exponencialmente o valor da acção que é apresentada. Mas há um grande problema no meio disto tudo que condiciona o resto: nada pode salvar um mau argumento. E o argumento de ‘The Expendables’ é mau. Muito mau. Mau demais para ser verdade. O filme não tem história. É uma mistelada mal amanhada, mal escrita, com personagens sem personalidade, apenas para justificar umas parcas cenas de acção aqui e ali, e uma explosiva sequência de acção final no último quarto de hora do filme.

O filme começa com uma missão introdutória na Somália onde uma força de elite mercenária liderada por Barney Ross (Stallone) resgata americanos sequestrados por piratas. A força de elite – os ‘Expendables’ – é constituída por membros cujos nomes têm todos (pouco inspirados) trocadilhos: o especialista em facas Lee Christmas (Jason Statham); o especialista em artes marciais Yin Yang (Jet Li); o gigante Gunnar Jensen (o mítico Dolph Lundgren); o especialista em armamento Hale Caesar (Terry Crews) e o especialista em explosivos Toll Road (o wrestler Randy Couture). Logo nestes breves minutos apercebemo-nos de três coisas. Primeiro, a falta de originalidade do conceito, desde o estereótipo de cada membro da equipa ao facto de, por exemplo, o sequestro do verdadeiro Captain Philips na Somália, que originaria o filme de 2013 com Tom Hanks, ter ocorrido no ano anterior.

Segundo, a desinspirada realização de Stallone, que se manterá por todo o filme. Os planos dos mercenários no topo de uma plataforma são claramente obtidos num cenário de estúdio, a “noite” atrás deles é claramente um pano preto, e nunca parece que estão no mesmo espaço físico que os piratas e os sequestrados lá em baixo. Stallone opta, e bem, por fazer a maior parte das coisas “em câmara”, num estilo de acção old school, mas nunca parece escolher os planos adequados para que espectador se aperceba do ambiente das cenas, nunca parece escolher a cadência correcta da montagem, e os poucos planos com efeitos especiais (especialmente voos de avião e explosões) estão tão mal executados que metem dó (parecem de 2000 e não de 2010).

"Stallone opta, e bem, por fazer a maior parte das coisas “em câmara” (...) mas nunca parece escolher os planos adequados (...), nunca parece escolher a cadência correcta da montagem, e os poucos planos com efeitos especiais (...) estão tão mal executados que metem dó. (...) Todas as frases vão parecer saídas de uma banda desenhada de má qualidade (...) e há uma vagueza inacreditável na explicação de contextos, motivações e emoções"

Por fim, terceiro, a falta de inspiração do argumento. Enquanto cumprem a sua missão, os mercenários vão trocando piropos que tentam ser humorísticos mas que são apenas foleiros e kitsch. Mais tarde, todas as frases quer de heróis quer de vilões vão parecer saídas de uma banda desenhada de má qualidade (nem eles próprios parecem saber bem o que são e o que querem) e há uma vagueza inacreditável na explicação de contextos, motivações e emoções. Que os filmes de acção sejam vagos percebe-se; os argumentos são apenas desculpas para avançar para as cenas de acção seguintes. Mas que sejam assim tão vagos já não. Stallone não parece fazer ideia do que é o CIA, o modus operandi de uma força especial, um traficante de droga ou um regime ditatorial da América do Sul. Parece que não fez qualquer tipo de pesquisa e que apenas escreveu o argumento baseado no lugar-comum do imaginário de inúmeros filmes foleiros ou do imaginário de qualquer criança que brinca “ao exército”. Mas isto ainda se aguentava se o filme tivesse acção de sobra, com um filme de Seagal, Norris ou do próprio Stallone. Mas, para grande espanto meu e de todos os espectadores, não tem.

Quando a missão inicial acaba, a equipa regressa aos Estados Unidos. Mas em vez de se prepararem para um novo desafio, o filme passa a dedicar-se, durante largos minutos, ao ângulo pessoal de cada um (ou pelo menos de alguns deles). A sério? De novo, seria interessante se fosse bem escrito, bem realizado e bem actuado. Mas claro, não é. Realmente, não conseguimos suportar os problemas amorosos de Jason Statham (a sua namorada arranjou outro homem porque ele estava sempre fora) – a não ser, muito mais tarde, quando ele dá um brevíssimo enxerto de porrada a esse tipo. Realmente, não conseguimos suportar os mini-dramas de Lundgren quando é posto de lado porque a equipa não o deixa ser tão violento quanto quer, e jura vingança. E realmente, não conseguimos suportar as conversas saudosistas entre Stallone e Mickey Rourke (um mercenário ainda mais velho que agora gere a central de operações) sobre os dias da sua juventude e como, tantas missões e mortes depois, já perderam a sua alma. 

A profundidade emocional de ‘Rocky’ foi maioritariamente fruto do contexto da América dos anos 1970, não propriamente da classe de Stallone. E isso prova-se aqui. A tentativa de ser artístico e humano é um redondo falhanço. Não sentimos estas personagens como Stallone quer que sintamos. Não têm profundidade. São apenas máquinas de matança nas parcas cenas de acção a que assistimos e nas horas vagas, que infelizmente ocupam mais de metade do tempo de duração do filme, debitam clichés atrás de clichés de sentimentalismo barato. Dêem-lhes armas, facas e carradas de explosivos. É isso que o povo quer. Não lhes dêem frases sentimentais para dizer, especialmente estas frases ditas desta maneira! O único que é credível é Rourke, mas isso é porque ele é um bom actor. Contudo, como é apenas o “velho da base”, só aparece um bocadinho, e nem sequer entrará nas sequelas…

"Não sentimos estas personagens como Stallone quer que sintamos. Não têm profundidade. São apenas máquinas de matança nas parcas cenas de acção a que assistimos e nas horas vagas, que infelizmente ocupam mais de metade do filme, debitam clichés atrás de clichés de sentimentalismo barato. Dêem-lhes armas, facas e carradas de explosivos. Não lhes dêem frases sentimentais para dizer, especialmente estas frases ditas desta maneira!"

Só após isto tudo (e do espectador já ter adormecido) é que o filme avança lentamente para a sua aventura. A introdução da missão é dada numa pequena cena engraçada entre Stallone e… surpresa… dois cameos de Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger. Ambos estão lá para brincar com os seus estereótipos, mas a atenção é toda dada a Schwarzenegger, que nesta altura já não entrava num filme há seis anos. Vale a pena ver e rever a cena pela piada, e pelos ângulos forçados que mostram ao espectador sem sombra de dúvida que Sly e Arnie estiveram juntos no mesmo enquadramento. Mas apesar disso a cena é totalmente irrelevante para a história (e daqui a 10 anos ninguém perceberá o seu humor), para além de ser pessimamente realizada. Stallone não se decide entre os planos médios para mostrar as estrelas juntas e os close ups para mostrar que são mesmo elas. Que salgalhada editorial.

Então, pensa o espectador, é agora que finalmente vamos ter a missão que lhes é conferida: a de destronar o ditador de Villena, uma ilha inventada da América do Sul. Mas de novo ficamos decepcionados. Antes disso, Stallone e Statham vão sozinhos numa missão de reconhecimento, que acaba por tomar mais tempo do que a missão em si (tudo toma mais tempo que a missão em si!). A forma como entram numa ilha fortemente guardada mascarados de fotógrafos é patética. Mais patético ainda o cenário lá. A população é constituída por uns “camponeses” em pano de fundo que nunca abrem a boca e logo desaparecem, e todo o seu contacto é feito através de Sandra (Giselle Itié que se esforça ingloriamente), que parece ser a única revolucionária de toda a ilha. O resto dos habitantes são membros de um exército com muita má pontaria, a soldo do ditador (David Zayas), que na realidade é apenas um fantoche de um ex-agente do CIA transformado em traficante de droga (o irascível Eric Roberts, que mesmo assim é a personagem mais fixe de todo o filme embora, coitado, tenha de debitar umas frases de "mãuzão" muito mal escritas!).

O descobrir deste “segredo” na ilha tem, como o resto do filme, demasiada conversa, demasiado melodramatismo (Sandra é perita nisso quando descreve o sofrimento da ilha) e pouca acção, que surge aos soluços e sempre com espectacularidade limitada. Stallone está, percebe-se, a provocar o espectador para uma eventual grandiosa cena final. Mas nunca cria grande expectativa. E depois é tudo uma espécie de telenovela. Sandra afinal é filha do ditador, que ela acredita que ainda pode redimir. Sandra e o Barney de Stallone apaixonam-se. Todos são traídos pelo CIA. Depois são traídos por Lundgren que mais tarde é perdoado e reintegrado na equipa. Fogem da ilha porque na realidade o que se passa lá não é problema deles. Mas depois Stallone decide voltar para salvar o seu amor platónico. E o resto da equipa decide ir com ele pela honra e pelos laços da amizade. Bla bla bla bla bla bla.

"Finalmente, finalmente, finalmente, a um quarto de hora do fim, (...) a equipa está toda junta, e temos 15 gloriosos minutos de acção, explosões e lutas corpo a corpo. Aqui sim, finalmente, temos algo que entretém. Mas a grande questão que se coloca é se esta sequência, por si, faz o filme valer a pena. Apesar da sua espectacularidade e “explosividade”, a resposta é não, porque as más características da obra se mantêm."

Finalmente, finalmente, finalmente, a um quarto de hora do fim, a equipa dos Expendables faz-se à ilha para o grande assalto final… e desta vez é pessoal. Aqui sim, finalmente, o filme atinge o potencial que devia ter tido desde o início. Aqui sim, finalmente, a equipa está toda junta, e temos 15 gloriosos minutos de acção, explosões e lutas corpo a corpo. Aqui sim, finalmente, temos algo que entretém. Mas a grande questão que se coloca é se esta sequência, por si, faz o filme valer a pena e compensa a pobreza do resto. Apesar da sua espectacularidade e “explosividade”, a resposta é não, porque as más características da obra se mantêm.

A história continua incongruente – depois da confusão que a missão de reconhecimento causou na ilha, como é que a equipa dos Expendables consegue aterrar lá outra vez sem ser notada pelo exército, que é apanhado de surpresa quando começa o ataque à mansão? A acção continua extremamente contida – apesar de tanto espalhafato visual não passamos da cave e do pátio da mansão. A realização continua sem sabor. Os diálogos continuam incrivelmente frouxos e o desgraçado do vilão é obrigado a fazer um grande discurso antes de perecer. E não há qualquer dinâmica de grupo entre os Expendables, como se Stallone não soubesse como gerir tanta gente. Tudo o que temos, como aliás ao longo do filme, são interacções dois a dois. Nunca há uma única cena em que a equipa toda trabalha em conjunto. Que logro. 

Acho que esta é a palavra ideal. ‘The Expendables’ é um logro. Claro que há mais um ou outro twist argumental e mais uma ou outra cena de acção que não mencionei pelo caminho, mas no geral é tudo muito cinematograficamente pobre. Stallone pode ser um mestre a entrar em filmes de acção, mas a escrever e realiza-los é um pouco amador. O facto de não ter realizado nenhuma das duas sequelas desta obra é significativo. Stallone não consegue bombear a adrenalina que o espectador precisa para aceitar um espectáculo destes e não consegue gerir o seu elenco. O filme devia ter muitas mais cenas de acção, tirando partido das várias especialidades de cada actor, em vez de perder tanto tempo com a totalmente oca parte emocional. Jet Li é um exemplo paradigmático. Aparece mais vezes à conversa com Stallone sobre os seus problemas pessoais no início do filme do que na batalha final, que se resume a meio minuto (se tanto) de kung fu. Que desperdício.

"‘The Expendables’ é um logro. (...) Stallone não consegue bombear a adrenalina que o espectador precisa para aceitar um espectáculo destes e não consegue gerir o seu elenco. (...) Em vez de tentar fazer o filme de acção definitivo, Stallone tentou fazer um filme com camadas emocionais e uma história com interesse humano (...), e acabou com uma mão cheia de nada (...) Para ver, adormecer pelo meio, voltar a acordar para a sequência de acção final e esquecer."

Em vez de tentar fazer o filme de acção definitivo, Stallone tentou fazer um filme com camadas emocionais e uma história com interesse humano. Mas sacrificou demasiado da acção que o filme deveria ter (afinal, só tem pouco mais de 90 minutos) para tentar obter uma “arte” semi-profunda, semi-cómica (que se tivesse juízo saberia que nunca alcançaria num milhão de anos), e acabou com uma mão cheia de nada. Até aqueles filmes do Steve Seagal com uma mensagem ambiental pelo meio da acção têm mais substância do que isto. ‘The Expendables’ não é um bom drama de ex-soldados para lá do prazo, não é uma boa comédia, nem é um bom filme de acção. Tem elementos de todas estas vertentes mas os ingredientes simplesmente não se encaixam. O filme acaba por ser uma mistelada sem sabor, extremamente desapontante. Para ver, adormecer pelo meio, voltar a acordar para a sequência de acção final e esquecer. Já vi o filme duas vezes. Não o vou voltar a fazer. Jamais.

Nunca vi as sequelas, mas como elas deram no mesmo canal de cabo em que agora revi este primeiro filme, acho que vou arriscar. O elenco de estrelas engorda cada vez mais, e o segundo até é realizado por Simon West, que percebe muito mais sobre dirigir filmes de acção que Stallone. Quem sabe, talvez encontre o que esperava encontrar no primeiro: o filme de acção para acabar com todos os filmes de acção. Ou não… Depois desta aberração, eu espero tudo. Ou neste caso, nada.

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Miguel. Portuense. Nasceu quando era novo e isso só lhe fez bem aos ossos. Agora, com 31 anos, ainda está para as curvas. O primeiro filme que viu no cinema foi A Pequena Sereia, quando tinha 5 anos, o que explica muita coisa. Desde aí, olhou sempre para trás e a história do cinema tornou-se a sua história. Pode ser que um dia consiga fazer disto vida, mas até lá, está aqui para se divertir, e partilhar com o insuspeito leitor aquilo que sente e é, quando vê Cinema.

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