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L. Frank Baum e a trilogia ‘Wizard of Oz’ de 1914 – introdução a um mini-ciclo de críticas


L. Frank Baum (1856–1919) irá para sempre estar associado a um dos mais extraordinários filmes de todos os tempos; ‘The Wizard of Oz’ (O Feiticeiro de Oz) datado de 1939, pelo motivo mais simples do Mundo – é ele o autor dos livros infantis no qual o filme é baseado. Aliás, o trabalho de Baum tem inúmeros méritos, quanto mais não seja ter criado a primeira franchise moderna da literatura infantil. O primeiro livro que escreveu sobre a mágica terra de Oz foi em 1900 (‘The Wonderful Wizard of Oz’) e seguir-se-iam mais treze livros nas duas décadas seguintes até ao seu falecimento em 1919. Desde então, dezenas de outros livros já foram publicados por outros autores, bem como já foram produzidas dezenas de adaptações a todos os meios de entretenimento (cinema, teatro, música). É difícil encontrar alguém que não tenha tido contacto, ao crescer, com a maravilhosa terra de Oz, pelo menos até ao final do século XX, e essa é a grande magia do seu legado.


Mas de volta ao início desse século, os livros de Oz foram um instantâneo sucesso, inscrevendo assim o nome de Baum nos anais da literatura e estabelecendo a sua fortuna. Contudo Baum sempre foi um inconformado e, na senda dos grandes génios, sempre tentou levar a sua arte mais longe, muitas vezes arriscando a sua própria fortuna para o fazer. Durante a década de 1910 produziu inúmeras peças de teatro baseadas no universo de Oz, e quando o cinema realmente começou a explodir em 1914 e a afirmar-se como a nova forma de entretenimento por excelência (foi o ano de estreia de Chaplin e em que Griffith filmou ‘The Birth of a Nation’), foi para lá que Baum se virou de malas e bagagens. Imediatamente viu no cinema o potencial para chegar a ainda mais crianças e de tornar as fantasias da sua imaginação muito mais reais do que aquilo que havia conseguido apresentar nas peças de teatro.


Em 1910, já um pequeno conjunto de curtas-metragens havia sido feito baseado nos seus livros. Uma delas inclusive tem Baum, de acordo com o imdb, como produtor: ‘The Land of Oz’. Mas quatro anos passariam até às próximas adaptações, quando Baum concebeu a Oz Film Manufacturing Company. Como produtor e argumentista principal, Baum começaria as festividades nesse mesmo ano com uma trilogia de trabalhos: ‘His Majesty, the Scarecrow of Oz’ (o único dos três que também realizaria), ‘The Magic Cloak of Oz’ e finalmente ‘The Patchwork Girl of Oz’. Contudo, acabou por ser, financeiramente, uma aposta relativamente falhada. Os filmes não foram grandes sucessos de bilheteira, numa altura em que o cinema estava longe de ser uma indústria, muito menos para o nicho de mercado infantil. As pessoas adoravam os livros de Oz. Mas não se interessaram muito pelos filmes, talvez pelo facto de o cinema não ter atingido um estado em que pudesse ultrapassar, ou pelo menos concorrer, com a imaginação dos leitores.


Os filmes de Oz foram considerados ‘veneno de bilheteira’ e esquecidos. Para que a sua companhia pudesse sobreviver, Baum dedicou-se à produção de outros filmes e deixou a sua terra mágica para trás, pelo menos no grande ecrã. Mas vinte anos após a sua morte, a MGM far-lhe-ia a maior homenagem de todas, ao conceber um dos mais bem-amados filmes de todos os tempos: o maravilhoso ‘The Wizard Of Oz’ com Judy Garland. E é precisamente graças a esse filme que hoje toda uma nova geração de cinéfilos pode ter o privilégio de recordar o trabalho de Baum na década de 1910. A edição do 70° aniversário de ‘The Wizard of Oz’ em DVD e Blu-ray, ostentando nada menos que quatro discos e uma carrada de extras físicos (como réplicas dos programas e dos bilhetes de cinema originais) inclui também todos estes filmes da era do cinema mudo. Fantástico! Foi assim que os vi e é consigo, leitor, que compartilho agora essa experiência, em três pequenas críticas que publicarei ao longo desta semana e que podem ser lidas seguindo os seguintes links:


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Miguel. Portuense. Nasceu quando era novo e isso só lhe fez bem aos ossos. Agora, com 31 anos, ainda está para as curvas. O primeiro filme que viu no cinema foi A Pequena Sereia, quando tinha 5 anos, o que explica muita coisa. Desde aí, olhou sempre para trás e a história do cinema tornou-se a sua história. Pode ser que um dia consiga fazer disto vida, mas até lá, está aqui para se divertir, e partilhar com o insuspeito leitor aquilo que sente e é, quando vê Cinema.

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