Realizador: Mel Brooks
Actores principais: Zero Mostel, Gene Wilder, Dick Shawn
Duração: 88 min
Crítica: Extraída de uma crónica sobre a carreira de Mel Brooks que pode ser consultada aqui.
O original é sempre o melhor. Passados 30 anos, ‘Producers: o musical’ tornar-se-ia o espectáculo mais bem-sucedido de sempre da Broadway e geraria um remake cinematográfico em 2005, mas nada se compara à estreia como realizador do génio da comédia televisiva. Brooks inventa um novo tipo de comédia, com um animalesco Zero Mostel impagável como um encenador outrora conhecido que agora se resigna a enganar velhotas ricas, e um xoninhas Gene Wilder (nasceu para o papel!) raramente mais hilariante e esganiçado. Juntos (com uma química incrível – ver por exemplo a cena na fonte) formam um plano para o desfalque perfeito: criar um espectáculo tão mau que feche na primeira noite, ficando assim com o dinheiro dos investidores. Esse espectáculo, claro, é ‘Springtime for Hitler (Winter for Poland and France!)’, e o resto é ouro cómico! Dos raros exemplos na história de uma comédia a ganhar Óscar de melhor argumento (o único Óscar da carreira de Brooks), ‘The Producers’ é incrivelmente original, irreverente, hilariante até dizer chega, e, surpreendentemente para uma comédia, extraordinariamente coerente e consistente. Isto apesar do seu infindável leque de personagens ‘fora’, incluindo o encenador homossexual, o argumentista Nazi e o actor que faz de Hitler, interpretado brilhantemente, e com muito ‘flower power’, por Dick Shawn. É comédia com conteúdo e provavelmente o melhor filme de Brooks. Não se pode descrevê-lo. É preciso vê-lo. Brooks chegara à cena cinematográfica.
0 comentários:
Enviar um comentário
Porque todos somos cinema, está na altura de dizer o que vos vai na gana (mas com jeitinho).