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Blazing Saddles

Ano: 1974

Realizador: Mel Brooks

Actores principais: Cleavon Little, Gene Wilder, Slim Pickens

Duração: 93 min

Crítica: Extraída de uma crónica sobre a carreira de Mel Brooks que pode ser consultada aqui


1974 foi o ano chave de Brooks. Não só realizou os seus dois filmes mais famosos e mais conceituados, como se afastou da linha dos seus dois primeiros filmes para, quase sozinho, (re)criar o género ‘paródia’. E é o western que primeiro recebe um ataque frontal de Brooks. ‘Blazzing Saddles’ é mais incoerente, mais espalhafatoso, mais ruidoso e menos consistente como filme. Mas o que peca nestes aspectos, compensa em comicidade. Desde o Ku Klux Klan à própria Hollywood, desde Randolph Scott (herói de westerns de série B) ao cliché dos barões dos caminhos-de-ferro, desde a cantora à la Marlene Dietricht de Madelene Kahn (estridentemente hilariante, nomeada para Óscar) ao primeiro grande papel de Brooks, como político tótó (após apenas breves aparições nos 2 filmes anteriores), desde referencias a ‘Show Boat’, ‘Tesouro de Serra Madre’ e até aos Looney Toons, ‘Blazzing Saddles’ descasca o Oeste em 90 minutos, vira-o ao contrário e regurgita-o.

Quando o político corrupto Hedley (e não Hedey!) Lamarr, brilhantemente protagonizado por Harvey Korman, deseja que a linha de ferro passe pela pacata cidade de Rock Ridge, promove um negro (Cleavon Little), a sheriff com o intuito de descreditar a cidade, baixar o valor imobiliário e afastar a população. Mas Little é muito mais inteligente do que parece, e em parceria com o pistoleiro Gene Wilder vai reverter a situação com um estrondo. De novo há consciência social na comédia de Brooks. Este é dos poucos westerns da história do cinema com um negro como personagem principal. Para além do mais, o final climático que quebra barreiras do tempo e do espaço (saltar do Oeste do século XIX para Hollywood presente) dá um toque de magia especial e prova o amor que Brooks tem pelo cinema e a sua história. Pode parodiar filmes, mas não os parodia como o faz os Scary Movies ou os Epic Movies ou os irmãos Zucker. Parodia-os porque os ama. E esse amor está bem patente na tela. Paródia com sentimento e amor à sétima arte, com um brilhante argumento e poderosas interpretações de comédia.


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Miguel. Portuense. Nasceu quando era novo e isso só lhe fez bem aos ossos. Agora, com 31 anos, ainda está para as curvas. O primeiro filme que viu no cinema foi A Pequena Sereia, quando tinha 5 anos, o que explica muita coisa. Desde aí, olhou sempre para trás e a história do cinema tornou-se a sua história. Pode ser que um dia consiga fazer disto vida, mas até lá, está aqui para se divertir, e partilhar com o insuspeito leitor aquilo que sente e é, quando vê Cinema.

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